segunda-feira, 26 de abril de 2010

'Mary & Max'


Eu adoro animações em stop-motion, usando os famosos “bonecos de massinha”. Particularmente, esse é o meu estilo de animação favorito, principalmente quando bem produzidos. Entre os meus filmes favoritos, os que usam essa técnica são ‘O Estranho Mundo de Jack’, ‘Coraline e o Mundo Secreto’ e ‘A Noiva Cadáver’, mas esse ‘Mary & Max’ definitivamente também entrou para essa lista.

No filme,
Mary Daisy Dinkle (Tony Collette, na personagem adulta), uma criança australiana solitária, numa ida ao correio com sua mãe, procura aleatoriamente alguém numa lista telefônica de Nova York para mandar uma carta e perguntar “de onde vem os bebês nos Estados Unidos”. Ela acaba escolhendo Max Jerry Horovitz (Philip Seymour Hoffman), um adulto também solitário.

A partir da inocente carta de Mary, eles criam a praticamente única amizade real de cada um, compartilhando seus vários problemas e conflitos, e dando soluções para o outro. Também debatem sobre vários temas, como religião, amor, sexo, sociedade e amizade, cada um com uma opinião mais intrigante que o outro.


A direção e o roteiro do longa estão por conta de
Adam Elliot, que os torna impecáveis. O já ganhador do Oscar (de melhor curta em animação, por ‘Harvie Krumpet’, também em stop-motion) dá um humor, drama e ironia na medida certa a trama. Elliot mostra mais uma vez que sabe fazer um ótimo filme, com um ótimo stop-motion, me lembrando um pouco de Henry Selick (diretor dos citados anteriormente ‘Jack’ e ‘Coraline’). Ele repetiu um traço muito bom nos dos seus personagem em ‘Harvie Krumpet’ muito bom em 'Mary & Max' também: os perosnagens "esticarem" a boca e formarem um "O". Além de o filme ser narrado...

O filme é cheio de tiradas engraçadas e inteligentes, mas a maioria não são das que fazem você rir, mas da que fazem você sorrir e pensar "Hey, isso foi engraçado e inteligente! Gostei!". Humor simples e inteligente, em um filme que é praticamente um drama, deixa-o mais leve e divertido de assistir.

Todos os personagens do filme são - como o próprio Max ressalta - imperfeitos física e psicologicamente, mas são tão carismáticos e nos conquistam como vários personagens da Pixar conseguem fazem. Os personagens coadjuvantes são bem caricatos...
As cores do filme são bem características: marrom e seus "derivados" na Austrália e nas coisas que saem de lá (provavelmente por que é a cor favorita da Mary) e um praticamente preto e branco em Nova York. Mas uma cor que aparece muito e se realça, por não estar nesse padrão, é o vermelho.

As dublagens originais são muito boas.
Philip Seymour Hoffman (‘Capote’) está muito bom como Max, fazendo para mim a melhor dublagem do filme, com o tom certo para o personagem. Toni Collette (’Pequena Miss Sunshine) também fez bem como a Mary adulta, mas na minha opinião a praticamente estreante Bethany Whitmore dublou melhor a personagem quando criança. Eric Bana (‘Hulk’) também empresta sua voz ao grego Damien. Os personagens falam pouco na trama em si, eles praticamente só falam (na verdade “pensam”) quando estão fazendo as suas cartas.

Temos aqui mais um caso de má distribuição de um filme no Brasil, dessa vez pela péssima PlayArte. O filme originalmente lançou nos EUA em 2009, mas só chegou aqui em abril desse ano! E em pouquíssimas salas! Mais um ótimo filme que perde a chance de fazer um grande sucesso. O filme é uma verdadeira fabula sobre amizade: seu significado, a sua importância, pra que serve. Recomendado para todas as pessoas: solitárias ou com um grande um “grande círculo de amizade”, crianças (não muito pequenas) ou adultos; todos.

Para finalizar minha crítica, deixo uma frase de uma crítica do filme por Érico Borgo (do site Omelete):
“Fique com a certeza que os personagens podem ser de massinha, mas o suor e as lágrimas que eles vertem são assustadoramente reais e perturbadores.”

PS! Como já mencionei anteriormente, o filme tem poucas cópias em exibição no Brasil. Então você pode baixar o filme e a legenda (em ótima qualidade) nesse link.



Nota:

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